Por Osmar Santos
Rompeu o silêncio e exclamou:
- Esse texto não é meu!
- Mas como, se está assinado por você? Esta assinatura não é sua? - Perguntou O Outro.
- Sim, é! - Respondeu ele, tranquilo.
Com ar triunfante, O Outro novamente inquiriu:
- E isso não prova que o texto é seu?
- Não. Prova o contrário. - Respondeu decisivo.
- Como assim? - Perguntou O Outro um pouco confuso.
Com paciência, ele explicou:
- Ao assinar o texto, ele deixa de ser meu e passa a ser do Outro. As palavras fogem de mim... se perdem e se encontram no Outro. Perdem-se e tornam-se propriedade alheia.
Sem mais perguntas, O Outro calou-se.