Por Osmar Santos
Rompeu o silêncio e exclamou:
- Esse texto não é meu!
- Mas como, se está assinado por você? Esta assinatura não é sua? - Perguntou O Outro.
- Sim, é! - Respondeu ele, tranquilo.
Com ar triunfante, O Outro novamente inquiriu:
- E isso não prova que o texto é seu?
- Não. Prova o contrário. - Respondeu decisivo.
- Como assim? - Perguntou O Outro um pouco confuso.
Com paciência, ele explicou:
- Ao assinar o texto, ele deixa de ser meu e passa a ser do Outro. As palavras fogem de mim... se perdem e se encontram no Outro. Perdem-se e tornam-se propriedade alheia.
Sem mais perguntas, O Outro calou-se.
isso é um perigo... se tudo o que escrevo e assino passasse a ser dominio publico eu teria litros de processos nas costas. kkkkk
ResponderExcluirA partir do momento que compartilhamos palavras, logo estas também se tornam parte do sentir de outro, palavras se espalham muito rápido, e ganham diferentes formas em todas as mentes. É um ciclo vicioso que não tem fim!
ResponderExcluir@ Dona do Caos
ResponderExcluirvocê não... o Domínio Público!rsrsrs :D
@Nathy Cayres
ResponderExcluirEsse é o bacana!!! provocar as palavras é provocar também o outro!!! :)
Você pegou bem o insight da teoria e escreveu um saboroso miniconto, numa espécie de diálogo mental muito bem arranjado! E o melhor é que foi feito a partir de uma disciplina simpática lá de Letras, sintetizando-a com humor e verve.
ResponderExcluirObrigado, Claudio!! Para mim, grande admirador de sua arte, é muito importante o que pensa a respeito do que escrevo!! Obrigado pela atenção dispensada!! ;)
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